Momento COP30. Episódio 05 – A COP é feita por quem? E onde você se encaixa?

Está no ar, em todas as redes sociais da USCS (InstagramFacebookLinkedinTikTok e Youtube) o quinto episódio do projeto “Momento COP30”, com o objetivo de explicar a estrutura e a dinâmica de poder da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), com um foco em demonstrar o papel de cada ator e encorajar o engajamento do público em geral.

A COP, a maior conferência climática do mundo, é muito mais do que uma reunião de líderes mundiais. Na verdade, é um complexo ecossistema de atores, cada um com um papel crucial nas negociações. Entender quem são eles e como tomamos as decisões é o primeiro passo para saber onde a sua voz se encaixa nesse cenário global.

Os Principais Atores da COP

A diversidade de participantes da COP reflete a complexidade do desafio climático. Basicamente, podemos dividir os principais atores em dois grandes grupos: as Partes da Convenção e os Observadores.

Partes da Convenção (os Países)

Eles são os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e os atores formais das negociações, com poder de voto nas decisões. Chefes de Estado, ministros e diplomatas representam seus governos, buscando defender seus interesses nacionais enquanto negociam um acordo global. É aqui que discutimos e aprovamos as políticas climáticas mais importantes, como o Acordo de Paris.

Observadores

Este grupo é formado por uma vasta gama de organizações e indivíduos que, embora não votem, desempenham um papel fundamental ao influenciar as negociações.

  • Cientistas: Eles fornecem a base de dados e evidências que justificam a necessidade de ações climáticas urgentes. Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) formam a espinha dorsal de muitas discussões.
  • ONGs (Organizações Não Governamentais): Ambientalistas, ativistas e representantes da sociedade civil trabalham para pressionar governos, monitorar o progresso das negociações e dão voz a comunidades vulneráveis. Eles realizam protestos, organizam eventos paralelos e publicam relatórios detalhados.
  • Setor Privado: Representantes de empresas e indústrias participam para apresentar soluções tecnológicas, discutir investimentos em energia limpa e influenciar políticas que afetam seus negócios. Afinal, a crescente importância do setor financeiro é um exemplo disso, com bancos e fundos de investimento participando ativamente das discussões.
  • Juventude e Povos Indígenas: Esses grupos, muitas vezes os mais afetados pelas mudanças climáticas, têm ganhado cada vez mais espaço e voz na COP. Eles trazem perspectivas únicas e uma urgência moral para as negociações, destacando a necessidade de justiça climática e respeito aos direitos humanos.

Como as Decisões são Tomadas e a Importância de Cada Grupo

As Partes da Convenção tomam as decisões da COP por consenso. Isso significa que, em teoria, todos os países participantes precisam concordar com o texto de um acordo. No entanto, esse processo pode ser lento e desafiador, com negociações que muitas vezes duram noites a fio.

Neste contexto, os observadores são essenciais. Eles exercem pressão pública, oferecem propostas técnicas e soluções criativas, e garantem que os governos respondam por seus compromissos. As manifestações das ONGs e dos jovens, os relatórios científicos e as propostas do setor privado influenciam diretamente a posição dos países e a pauta das negociações.

Do Macro ao Micro: Onde Você se Encaixa?

Se a COP parece distante, pense novamente. Apesar de as negociações formais sejam exclusivas de líderes e delegados, a influência da COP e as oportunidades de engajamento não se limitam a eles. A COP tem um lado “verde” (a zona de negociações, restrita) e um lado “azul” (a zona de exposições e eventos paralelos, aberta ao público).

Você pode se engajar de diversas formas:

  • Participando de eventos paralelos: Muitas organizações realizam painéis de discussão, workshops e palestras durante a COP, abertos a todos. É uma oportunidade de aprender, fazer networking e entender as discussões em tempo real.
  • Influenciando políticas públicas: Ações locais, como pressionar políticos para adotar leis de energia renovável ou apoiar iniciativas de sustentabilidade em sua comunidade, criam a base para que seu país chegue à COP com uma posição mais forte e ambiciosa.
  • Engajamento digital: Acompanhar as negociações nas redes sociais, participar de campanhas online e divulgar informações confiáveis são formas poderosas de dar visibilidade a temas urgentes e criar pressão social.

A COP é um reflexo do nosso mundo, com todos os seus desafios e potências. Entender quem participa e como as decisões são tomadas nos capacita a ir além de ser um mero espectador, transformando-nos em um agente de mudança.

Os vídeos são produzidos por estudantes dos cursos de comunicação da universidade, por meio da UNBOX (Agência Experimental de Comunicação da USCS), com publicações quinzenais até dezembro, em todas as redes sociais da USCS. A universidade busca a contribuição de toda a comunidade acadêmica interessada, incluindo outras instituições e projetos.

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